A QUEBRA DO 2º GRANDE MANDAMENTO
“Não farás para ti imagem de escultura,
nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem
nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás;
porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais
nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.”
(Ex.20:4-6)
Charnock foi reconhecido durante a sua vida como um pregador com
convicções profundas, discernimento prático, e de grande aprendizado. Sua
fama como teólogo, no entanto, repousa principalmente sobre seus Discursos
sobre a existência e atributos de Deus (1682). Um trabalho enorme que corria a
alguns 1.300 páginas na primeira edição. Continua a ser um dos tratamentos mais
exaustivo da doutrina de Deus no idioma Inglês, tendo sido reeditado muitas
vezes
I-Quando lemos do ser humano sendo feito à imagem
de Deus, entendemos que isso nãos se refere suas faculdades físicas.
Apesar de tudo, nós compartilhamos de certas
qualidades físicas com os animais, mas nenhum deles foi feito à imagem de Deus.
Esta imagem se refere àquelas faculdades como a razão, entendimento, e um
espírito imortal. Nossa alma é a faculdade que mais se aproxima a natureza de
Deus.
II. É
irracional se fazer qualquer imagem ou retrato de Deus.
A idolatria tenta fazer o impossível. A
quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis? (Isaías 40: 18). Nada que seja corpóreo poderia representar de forma
adequada uma substância espiritual. Somente Deus conhece perfeita e
completamente a Si mesmo. Somente Ele é que pode revelar-se a si mesmo, mas não
fez isso utilizando qualquer forma física. Nenhuma imagem esculpida ou pintada
pode fazer justiça ao seu glorioso caráter.Qualquer
tipo de representação é finita e incompleta. Por isso qualquer representação se
torna uma má representação. Isso seria indigno dEle, e um verdadeiro insulto
contra Ele.
Entretanto,
o pecador caído é propenso a fazer uma representação de Deus.
Desde o dilúvio os homens têm insistido em criar algumas imagens associadas à
sua adoração religiosa. Isso é idolatria, sendo expressa e repetidamente
condenada nas Santas Escrituras.
Sendo
nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja
semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação
dos homens (Atos 17: 29).
Quando utilizamos uma imagem para adoração, acabamos adorando a própria
imagem ou aquilo que ela representa. O primeiro é idolatria manifesta. O último
é tolice, pois faz da imagem algo totalmente desnecessário.
III. A doutrina da espiritualidade de Deus
deveria governar todos os nossos conceitos a respeito dEle.
Deveríamos ficar felizes
por não termos qualquer imagem ou retrato de Deus. Ele está muito acima de nós.
Mas ainda assim Ele se inclina até nós a fim de nos revelar algumas coisas
sobre si mesmo.
Deveríamos entender o quão vil é a idolatria. Nós negamos a
espiritualidade de Deus quando atribuímos a Ele uma forma corpórea. Nós o
rebaixamos ao tentar fazê-Lo à nossa própria imagem e semelhança.
Em nossa mente nós limitamos aquilo que é infinito.
Até mesmo o quadro mais bonito acaba depreciando a Sua glória. Não demora muito
para os espectadores começarem a atribuir a Deus uma natureza corrupta. Mas o
fato de Deus humilhar-se a si mesmo para atingir a nossa compreensão, usando
figuras de linguagem, não nos dá o direito de rebaixá-Lo, pensando que Ele
realmente existe daquela forma. As qualidades humanas atribuídas a Deus são
mais adequadas a nossa fraqueza do que à Sua perfeição E Deus, quando se
encarnou em figura humana, quis se aproximar de nossas fraquezas e não revelar
a sua perfeição.
Conta um pastor que é como se a humanidade fosse um formigueiro e o
homem uma formiga e Deus fosse um homem e existisse um grande e terrível
problema dentro do formigueiro. Para resolver esse problema, o homem teve que
se tornar uma formiga e entrar dentro do formigueiro. O homem não era e nunca
foi uma formiga, mas para salvar as formigas, porque este homem amava os
insetos, ele se tornou uma delas. Da mesma forma, Deus nunca foi homem, mas
para salvar o homem, ele se tornou um.
IV. Considere algumas inferências sobre esta
doutrina.
Se Deus é Espírito, nenhum objeto corpóreo pode
defini-Lo. Nenhuma impureza da carne pode entrar em contato com Ele.
Se Deus é Espírito, então Ele não se encontra
atolado numa massa de tamanho e peso, mas é livre para agir, mesmo em nossas
almas. Ele não se cansa por trabalhar demais. Quanto mais nos tornamos
semelhantes a Deus, mais diligentes seremos em glorificá-Lo.
Se Deus é Espírito, Ele é imortal. Morte é separação. Desde que Deus é
essencialmente um Espírito não composto, então não pode haver nenhuma separação
nEle. Esta verdade serve de grande conforto para os filhos de Deus.
Se Deus é Espírito, então nós podemos ter comunhão
com Ele em espírito. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um
coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus (Salmos 51: 17).
Portanto, precisamos ser renovados no espírito da nossa mente (Efésios 4: 23).
Se Deus é Espírito, somente Deus pode satisfazer o nosso espírito. Nada
que seja de natureza física, pode realmente satisfazer um espírito faminto. Nós
deveríamos ter um desejo ardente de Deus. Somente nEle é que encontramos
descanso, contentamento, e plenitude.
Se
Deus é Espírito, nós deveríamos cuidar melhor do nosso corpo e do nosso
espírito. Muitas vezes nós vivemos como se a nossa constituição física fosse
tudo para nós. O cristianismo faz com que o homem fique principalmente
interessado em seu espírito.
Se Deus é Espírito, devemos ficar em alerta, especialmente contra os pecados do espírito. Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Coríntios 7: 1). Os pecados da carne são malignos, e dignos da ira eterna de Deus, mas os pecados do espírito são especialmente malignos, pois contaminam aquilo que é mais próximo entre Deus e nós. Os pecados da carne nos tornam semelhantes a bestas brutas, enquanto os pecados do espírito ao maligno. Assim como a espiritualidade é a raiz de outras perfeições em Deus (como listamos anteriormente), assim também a santidade de espírito, em nós, é a raiz de outras formas de obediência em nossa carne.”…
Se Deus é Espírito, devemos ficar em alerta, especialmente contra os pecados do espírito. Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Coríntios 7: 1). Os pecados da carne são malignos, e dignos da ira eterna de Deus, mas os pecados do espírito são especialmente malignos, pois contaminam aquilo que é mais próximo entre Deus e nós. Os pecados da carne nos tornam semelhantes a bestas brutas, enquanto os pecados do espírito ao maligno. Assim como a espiritualidade é a raiz de outras perfeições em Deus (como listamos anteriormente), assim também a santidade de espírito, em nós, é a raiz de outras formas de obediência em nossa carne.”…
Fonte:http://elescreram.blogspot.com.br/
ENCICLOPEDIA DA FÉ
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